Vamos pensar em uma situação: um corpo já em estado final de decomposição é encontrado totalmente irreconhecível e até que um exame de DNA possa ser realizado, como fazer para identificá-lo?
A solução é recorrer à antropologia forense. Este ramo da antropologia estuda os ossos e tem grande importância na criminologia atual. Esta importância resulta da aplicação de conhecimentos da Antropologia às questões de direito no que diz respeito à identificação de restos cadavéricos.
É através dos ossos, que podemos obter dados sobre o sexo, idade, estatura do falecido e pode acreditar, até hábitos alimentares e algumas doenças do cadáver, o que é muito importante para os historiadores e criminologistas. Os achados biológicos podem ter diversas origens: cadáveres abandonados numa fase avançada de decomposição, corpos desfigurados resultados de mutilações ou, cadáveres que possam corresponder a indivíduos vítimas de desastres em massa, o que acontece em acidentes de aviação, naufrágios, catástrofes naturais, servindo para identificar pessoas cujo corpo está irreconhecível.
A identificação do sexo de um cadáver é bastante complexo, sendo considerado como uma das mais importantes funções do perito Médico e Odonto-Legal. Lembrando que não se deve confundir a identificação com o reconhecimento. A investigação do sexo pode ser realizada em algumas situações, como: quando se trata de um cadáver cronologicamente recente, cadáver em processo de putrefação ou de esqueletização, cadáveres carbonizados, esqueleto completo ou partes dele, como, exemplo, o crânio, que fornece elementos importantes para este tipo de identificação. A identificação do sexo consiste na análise métrica e avaliação visual das características do esqueleto, principalmente do crânio e da pelve. Com isto, quanto mais avaliações e dados forem observados num laudo, mais confiável será o resultado.
A identificação do sexo de um cadáver é bastante complexo, sendo considerado como uma das mais importantes funções do perito Médico e Odonto-Legal. Foto: lavanguardia |
Os crânios masculinos apresentam estruturas mais grosseiras ou ásperas, devido às inserções musculares mais fortes, e, dentre essas estruturas, podem-se citar a glabela, processos mastóideos, rebordo orbitário, palato, abertura piriforme, extensão zigomática e rugosidades supraorbital. Também são em geral maiores do que os femininos, podendo-se relatar algumas características como: capacidade craniana, peso, diâmetro ântero-posterior, diâmetro transverso, altura craniana, largura bizigomática e espessura óssea. O sexo do indivíduo pode ser facilmente estimado usando-se um pequeno conjunto de 11 variáveis craniométricas. O exame do dimorfismo sexual por intermédio do crânio tem sido objeto de numerosos estudos morfológicos e craniométricos, mas a desvantagem destes estudos é que eles são dependentes da experiência do operador.
Os crânios masculinos apresentam estruturas mais grosseiras ou ásperas, devido às inserções musculares mais fortes. Foto: departamentos |
Fonte: Revista de Ciências Médicas e Biológicas, Journal of Forensic Sciences, via Diário de biologia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário