quarta-feira, 21 de maio de 2014

Conheça monstrinho imprescindível para as pesquisas científicas


O monstrinho que você acabou de ver na imagem que abre esta notícia foi fotografado através de um microscópio eletrônico de varredura e, apesar de ser inegavelmente feio, trata-se de um organismo muito utilizado em pesquisas médicas. Aliás, embora tenha uma aparência um tanto quanto alienígena, você não vai acreditar no que a criatura da foto realmente é.  
Se você pensava que se trata de algum bicho muito raro, na verdade, você está olhando para o embrião de um peixe-zebra — Danio rerio — com apenas quatro dias de vida. Nessa etapa de desenvolvimento, esses animais têm aproximadamente um centímetro de comprimento e o corpo transparente, o que permite que os cientistas observem as alterações de seus órgãos internos conforme os peixes vão crescendo.

Organismo modelo

O material genético desses organismos já foi decodificado, e os pesquisadores podem alterar seu DNA para observar as mutações produzidas. Além disso, nós compartilhamos mais de 80% do nosso genoma com o dos peixes-zebra, o que significa que os cientistas podem realizar testes com os mais diversos fármacos e observar como esses bichinhos reagem, e os resultados podem — potencialmente — ser aplicáveis aos humanos.
Isso sem falar no baixo custo de se manter e alimentar esses animais, e na facilidade de se encontrar espécimes e estimular sua reprodução. Desta forma, os peixes-zebra se tornaram um excelente organismo modelo muito utilizado por laboratórios de todo o mundo em ensaios científicos relacionados com medicamentos para tratar doenças autoimunes, cardiovasculares e infecciosas, e até mesmo em pesquisas para tratar vários tipos de câncer.
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Você deve estar achando um pouco estranho que, embora tenhamos mencionado que os embriões de peixe-zebra têm o corpo transparente, o modelo da foto que ilustra a matéria não aparece dessa forma. Na verdade, a imagem que usamos apareceu na edição 2014 do Wellcome Image Awards, e consiste de três fotografias em preto e branco tiradas separadamente e que foram unidas e colorizadas digitalmente. Além disso, Annie Cavanagh e David McCarthy, os pesquisadores que criaram a imagem, adicionaram tons e sombras para ressaltar a refletividade das escamas dos peixes. 

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