quarta-feira, 7 de maio de 2014

Acrobata americana colega de brasileiras feridas em circo recebe alta

A acrobata norte-americana Samantha Pitard posa ao lado do brasileiro Audrey Medeiros, idealizador do número do candelabro humano (Foto: Wayne T. Pitard/AP)
A acrobata norte-americana Samantha Pitard posa ao lado do brasileiro Audrey Medeiros, idealizador do número do candelabro humano (Foto: Wayne T. Pitard/AP)
Uma das acrobatas que caiu durante uma performance em um circo nos Estados Unidos no último domingo (4) recebeu alta nesta terça-feira (6) e disse que quer voltar a se apresentar o número – oito artistas formam uma espécie de candelabro ou lustre, suspensos apenas pelos cabelos. Três brasileiras ficaram feridas no acidente.
“Para mim, você tem que voltar e fazer de novo”, disse Samantha Pitard após deixar o hospital.
Samantha e as outras sete acrobatas que participavam do número ficaram feridas após uma plataforma elevada que suspendia as artistas cair durante uma performance do circo Ringling Brothers and Barnum and Bailey Circus em Providence, nos Estados Unidos. As outras acrobatas continuam hospitalizadas. A jovem que recebeu alta disse que pretende permanecer na cidade para dar apoio a suas amigas enquanto elas se recuperam.
“Eu espero voltar a participar dos tours do circo e mostrar ao mundo que estou bem. Espero que algumas das outras meninas façam o mesmo”, disse.
Samantha tem 23 anos e nasceu em Champaign, no estado do Illinois, nos Estados Unidos. Ela contou que é a única das acrobatas feridas que já consegue andar sozinha após o acidente.
“Todos nós da trupe, todos os artistas de circo sabem que estão arriscando suas vidas todas as vezes que se apresentam ou ensaiam”, afirmou. “Nós esperamos que isso não aconteça, mas sabemos que há o risco, e nós amamos o que fazemos de maneira suficiente para nos arriscarmos todos os dias e deixarmos as pessoas felizes.”
A acrobata norte-americana Samantha Pitard (segunda da direita para a esquerda) em uma das apresentações do número  (Foto: Divulgação/Feld Entertainment)
A acrobata norte-americana Samantha Pitard (segunda da direita para a esquerda) em uma das
apresentações do número (Foto: Divulgação/Feld Entertainment)
A acrobata disse que o show de domingo acontecia de maneira normal até que as jovens fizeram sua terceira posição com as pernas. “Ouvimos um barulho enorme, e depois já caímos. Foi muito rápido.”
Samantha disse que caiu sentada. “Assim que recuperei minha respiração, olhei para as meninas. Queria saber se elas estavam bem. Vi a líder da trupe [Viktoriya Medeiros], ela estava ao meu lado, e a ouvi dizer que não podia sentir suas pernas.”
Brasileiras
Entre as nove artistas hospitalizadas estão três brasileiras: Dayana Florentino, Widny Neves e Stefany Neves.

Stefany Neves, de 19 anos, sofreu fraturas nos dois tornozelos, no fêmur e teve o fígado perfurado por uma costela. A jovem operou o fêmur nesta terça, sendo que já havia passado por duas cirurgias no fígado.
Widny Neves, outra brasileira, que quebrou um braço e sofreu uma lesão no pescoço e agora passa bem.
Dayana Costa, também brasileira, foi submetida a uma cirurgia na coluna e se recupera bem. Ela deverá ser operada novamente em uma das mãos.
Investigações
As investigações sobre o acidente se concentram no gancho metálico conhecido como mosquetão que prendia a estrutura onde estavam as artistas a um cabo de aço. O fecho foi encontrado no palco do Dunkin Donuts Center quebrado em três partes. Os técnicos pesquisam se houve defeito de fabricação ou erro humano.

O gancho tem 12 centímetros é o mesmo usado para escaladas de alpinistas para fixas cabos. A peça é projetada para suportar 4.500 kg, um peso oito vezes maior do que o da apresentação, de 680 kg, segundo Paul Doughty, investigador do Corpo de Bombeiros de Providence, em entrevista coletiva realizada na segunda-feira (5). Segundo o delegado que investiga o caso, Steven Paré, o fecho quebrou na parte sólida, e não no lado que tem uma abertura. O gerente da casa de espetáculos afirmou que a peça pertence ao circo e foi fixada pela equipe do espetáculo.
De acordo com Doughty, o circo tem experiência na instalação e manutenção do equipamento. Os investigadores vão analisar se houve alguma fadiga no material. Segundo a imprensa local, o brasileiro Andrey Medeiros, que é responsável pelo número do circo, foi ouvido pelas autoridades, mas o seu depoimento não foi divulgado. A esposa dele, a búlgara Viktorya Medeiros, é uma das acrobatas que se machucaram no acidente. Ela está internada no Hospital de Rhode Island.
O espetáculo em Providence foi cancelado após o acidente. O circo seguiu para Connecticut, mas não vai apresentar o número das acrobatas presas pelos cabelos.
Da AP via G1

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