sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Novo radar promete monitorar desmatamento na Amazônia com maior precisão



Até o final do ano, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) vai colocar um radar em operação para detectar as áreas de desmatamento na Amazônia com mais precisão. Com o uso da ferramenta, a cobertura de nuvens não irá mais restringir o trabalho de monitoramento. A promessa é de controlar 90% das áreas de risco de degradação.

O radar vai ficar a bordo do Alos 2, que será lançado pela agência espacial japonesa Jaxa, parceira do Brasil. E vai trabalhar com uma frequência chamada Banda L, adequada para a detecção do início do desmatamento. O radar capta mais áreas de desmatamento e degradação, pois sua capacidade não se limita com o aparecimento de nuvens. No caso do Sistema de Detecção de Desmatamentos em Tempo Real (Deter), via satélite, a vigilância é feita com clareza em épocas de seca. Quando chove, o controle é mais difícil e o processo de entrega da relação de dados é mais longo. O atraso também influencia negativamente qualquer tentativa de controle do desmatamento.

Segundo reportagem do portal Terra, o Deter começou a operar em 2004 e os sensores utilizados desde então já estão obsoletos. "O satélite tem uma resolução fixa de 250 metros de distância. Caso ele tente fazer mais que isso, há uma perda total da qualidade das imagens. Por isso, resolvemos utilizar o radar", disse Dalton Valeriano, coordenador do novo sistema. Para ele, o Deter é "inconfiável para o mapeamento anual". O radar seria um complemento para o satélite já existente.

Alberto Veríssimo, pesquisador e cofundador do Imazon, acredita que a utilização do radar não deve frear o desmatamento. "Pelas análises do Sad [sistema parecido com o Deter], a estimativa é de que o desmatamento aumente em 80% nos próximos anos. Mas o Brasil está com a luz de alerta ligada. O país ainda tem instrumentos para controlar esses números. É importante que o governo corrija algumas falhas que cometeu do ano passado para cá para que a redução contínua do desmatamento seja uma realidade", comentou Veríssimo ao se referir ao aumento da destruição recente da floresta depois do anúncio do menor índice, em 2012, desde o início do monitoramento.

O coordenador do novo sistema de monitoramento se mantém otimista e acredita que as novas tecnologias serão capazes de vigiar com eficiência a floresta. "Para o futuro, os sistemas vão estar mais aprimorados e com uma captação bem maior. Se todos os satélites estiverem em funcionamento, pode haver uma abrangência total das áreas não observadas. E nós estamos nos adaptando para acompanhar essa evolução", pontuou.

Fonte: AMDA via Biologia na rede

Nenhum comentário:

Postar um comentário