sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Fóssil que seria de animal marinho é de seres terrestres, diz estudo


Uma pesquisa publicado nesta quarta-feira (12) contesta a teoria mais aceita sobre a árvore evolutiva. O novo estudo do fóssil de uma criatura que, até o momento, era considerada marinha mostrou que, na verdade, ela pode ter vivido em terra. Se estiver correta, a descoberta deverá levar a uma revisão da teoria de que a vida floresceu nos oceanos por centenas de milhões de anos antes de se espalhar para a terra. 
Os fósseis chamados de "ediacaranos" são de animais que viveram entre 542 milhões e 635 milhões de anos atrás. Eles foram escavados no sul da Austrália em 1946. Há muito tempo, se pensava que seriam vestígios de águas-vivas, minhocas e criaturas do leito marinho similares a flores conhecidas como penas-do-mar.
Agora, um geólogo da Universidade do Oregon, nos Estados Unidos, aplicou avançadas técnicas de análises químicas e microscópicas e concluiu que os fósseis provavelmente pertenceram a organismos terrestres que não seriam animais.
Fósseis ediacaranos foram encontrados na Austrália em 1946 (Foto: G. Retallack/Divulgação)
Fósseis ediacaranos foram encontrados na Austrália em 1946 (Foto: G. Retallack/Divulgação)
Segundo ele, os fósseis podem ser de líquens -- uma combinação de fungo e algas ou bactérias -- ou colônias de microorganismos.
"A descoberta tem implicações para a árvore da vida porque retira os fósseis ediacaranos da ancestralidade dos animais", disse Gregory Retallack, autor do estudo publicado na revista científica "Nature".
Os fósseis representam "uma radiação evolutiva independente da vida na terra que precedeu em pelo menos 20 milhões de anos a explosão evolutiva cambriana de animais no mar", escreveu. Retallack acrescentou que isto não significou que todos os fósseis ediacaranos em toda a parte eram terrestres.
Se a nova descoberta for confirmada em novos estudos, indicará que alguns organismos controlaram a transição da vida marinha para a terrestre muito mais cedo do que se pensava anteriormente, disse Paul Knauth, da Escola de Exploração da Terra e do Espaço da Universidade do Estado do Arizona, nos EUA, em um comentário do estudo.
Knauth completou que a novidade pode, ainda, "sustentar a possibilidade de que a transição tenha ocorrido da forma inversa".
Em um comentário em separado, Shuhai Xiao, do departamento de geociências da Virginia Tech, também nos EUA, referiu-se à proposição como dúbia, reforçando que "representaria uma mudança fundamental em nossa imagem da evolução".
"A evidência não é convincente", redigiu Xiao.
Fonte: Um observador do mundo

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