quarta-feira, 23 de abril de 2014

Perícia conta com parcerias para respostas sobre morte de Bernardo

Pá, terra, polícia civil três passos RS (Foto: Caetanno Freitas/G1)Polícia apreendeu material que pode ter sido usado
para cavar buraco (Foto: Caetanno Freitas/G1)
Alguns elementos que podem ajudar a montar o quebra-cabeça da morte do menino Bernardo Uglione Boldrini, 11 anos, podem levar mais tempo do que o previsto. Ainda não há previsão para que saia o resultado dos exames periciais que devem apontar se a criança foi vítima de uma injeção letal e que substância pode ter sido aplicada no menino, assim como a análise que deve revelar se ele estava morto quando foi enterrado em uma cova rasa em um matagal de Frederico Westphalen, na Região Norte do Rio Grande do Sul.
De acordo com o diretor substituto do Instituto-Geral de Perícias (IGP), Paulo Leonel Fernandes, o órgão tem parcerias e convênios com universidades, como a PUCRS, que podem agilizar o andamento de alguns exames periciais, já que as instituições possuem equipamentos para isso. O procedimento, segundo o IGP, é usual, já que envolvem informações científicas.
“O exame vai analisar diversas substâncias. E temos diversas análises em andamento, como o GPS dos veículos, etc. Tudo está sendo desenvolvido. Algumas análises são mais rápidas, outras não. O resultado [da perícia] a gente nunca pode dizer quando vai sair”, sintetizou Fernandes em entrevista à Rádio Gaúcha na manhã desta quarta-feira (23).
Por meio da assessoria de imprensa, o IGP ressaltou que não há perícia atrasada em relação ao caso Bernardo. "Todas estão sendo realizadas de acordo com as solicitações recebidas da Polícia Civil", informou.
O menino foi encontrado morto no dia 14 deste mês, enterrado em um matagal na zona rural da cidade que fica a cerca de 80 km de Três Passos, onde ele residia com a família. Ele estava desaparecido desde o dia 4 de abril. O corpo estava em estado avançado de decomposição. Segundo a Polícia Civil, três pessoas estão presas por suspeita do crime: o pai, o médico Leandro Boldrini, a madrasta Graciele Boldrini e a assistente social Edelvania Wirganovicz, amiga do casal.
Os carros do casal, além de uma pá e uma cavadeira manual, material encontrado na casa da mãe Edelvania Wirganovicz, também passarão por perícia. No veículo de Graciele, foram encontrados resíduos de terra. O IGP colheu uma amostra de terra do local onde o garoto foi enterrado e vai comparar com os vestígios encontrados no automóvel.
Entenda
Bernardo foi visto pela última vez às 18h do dia 4 de abril, quando ia dormir na casa de um amigo, que ficava a duas quadras de distância da residência da família. No domingo (6), o pai do menino disse que foi até a casa do amigo, mas foi comunicado que o filho não estava lá e nem havia chegado nos dias anteriores.

No início da tarde do mesmo dia, a madrasta foi multada por excesso de velocidade. A infração foi registrada na ERS-472, em um trecho entre os municípios de Tenente Portela e Palmitinho. Graciele trafegava a 117 km/h e seguia em direção a Frederico Westphalen. O Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM) disse que ela estava acompanhada do menino.
Corpo de menino desaparecido em Três Passos, RS, será enterrado em Santa Maria, RS (Foto: Reprodução/RBS TV)Menino foi encontrado morto, enterrado em um mato
na Região Norte do RS(Foto: Reprodução/RBS TV)
"O menino estava no banco de trás do carro e não parecia ameaçado ou assustado. Já a mulher estava calma, muito calma, mesmo depois de ser multada", relatou o sargento Carlos Vanderlei da Veiga, do CRBM. A madrasta informou que ia a Frederico Westphalen comprar um televisor.
O pai registrou o desaparecimento do menino no domingo (6), e a polícia começou a investigar o caso. Na segunda-feira (14), o corpo do garoto foi localizado em Frederico Westphalen.
De acordo com a delegada Caroline Virginia Bamberg, responsável pela investigação, o menino foi morto por uma injeção letal, o que ainda precisa ser confirmado por perícia. A delegada diz que a polícia tem certeza do envolvimento do pai, da madrasta e da amiga da mulher no sumiço do menino, mas resta esclarecer como se deu a participação de cada um.
Do G1 RS

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