terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Leões-baios são monitorados via satélite em Parque do Vale do Itajaí

Pumas são monitorados no Parque  (Foto: Divulgação)
Betão é monitorado via satélite no Parque (Foto: Projeto Carnívoros/Divulgação)
O Parque Nacional Serra do Itajaí, localizado na região de Blumenau, abriga 621 espécies de animais, dos quais 54 estão ameaçadas de extinção. Na região, por meio do Projeto Carnívoros, é feito o monitoramento via satélite dos leões-baios, também chamados de onças-pardas, pumas ou sussuaranas. Os animais recebem colares de localização e têm seu comportamento mapeado.
O monitoramento dos animais é feito pelo GPS do colar, com bateria prevista para durar um ano. "Os dados são capturados ao longo do dia e enviados ao satélite. O sistema oferece 24 horas pro dia de funcionalidade, e isto possibilita a realização de um número muito maior de localizações diárias, cujos intervalos podem ser definidos pelo próprio pesquisador", explica a bióloga do projeto Cíntia Gruener.
Expedição Puma (Foto: Projeto Carnívoros/Divulgação)
Comportamento dos animais é monitorado
(Foto: Projeto Carnívoros/Divulgação)
De acordo com a bióloga, todo o procedimento de captura e contenção dos animais é realizado por um Médico Veterinário, e a sedação segue um protocolo anestésico seguro.
Há quatro animais no Parque, mas dois possuem o colar de monitoramento e já receberam os nomes de Betão e Fritz. O primeiro foi capturado em dezembro e o segundo em julho. "Dar nomes ao animais aproxima a população deles e também do projeto", explica Cíntia.
A existência dos outros animais é registrada por meio de armadilhas fotográficas, acionadas quando passam pelo local. "Um deles, uma fêmea, conseguimos descobrir esta semana. Fazia tempo que não víamos uma na região", diz a bióloga.
Em 2010 foi feito o levantamento do número de leões-baios na região. Durante 103 dias três animais foram encontrados, o que resulta em uma densidade populacional de 0,66 indivíduos por 100 km quadrados, considerada baixa. "Esta densidade está próxima à menor estimativa para a espécie em outras áreas de Mata Atlântica", comenta Cíntia. A situação, segundo ela, necessita de estudos sobre o habitat e o deslocamento dos animais.
O trabalho é feito em parceria com a Polícia Militar Ambiental, que ajuda a garantir a segurança dos animais em extinção quando eles saem dos limites do parque e evitando que caçadores ajam na região. "O principal objetivo do projeto carnívoros, iniciado em 2009, é a preservação dos leões-baios. Monitoramos os outros felinos, mas nosso objetivo principal é este animal", explica a bióloga Cintia Gruener.
Pumas recebem colares de monitoramento via satélite (Foto: Projeto Carnívoros/Divulgação)
Fritz é um dos que recebeu colar de monitoramento
via satélite (Foto: Projeto Carnívoros/Divulgação)
Além dos leões-baios, há outros quatro felinos identificados pelo projeto: o gato-mourisco ou jaguarundi (Puma yagouaroundi), a jaguatirica (Leopardus pardalis), o gato-do-mato-pequeno (Leopardus tigrinus e o gato-maracajá (Leopardus wiedii). O único que não está ameaçado de extinção é o gato-mourisco.
O leão-baio (Puma concolor) é o segundo maior felino do continente americano e, como todo predador de topo de cadeia alimentar, é visto pela sociedade com certo temor, como causador de prejuízo a produções animais. "O motivo apontado para a ocorrência de predação de animais domésticos é a diminuição das presas naturais. A caça acarreta a diminuição das densidades das espécies de maior porte, que são mais visadas, e se a pressão de caça for muito intensa, os animais com baixas densidades e baixas taxas reprodutivas poderão desaparecer", explica Cíntia.
Para este ano, segundo a bióloga, há uma perspectiva de realizar outro monitoramento, como feito em 2010, para obter uma nova estimativa populacional e mais uma campanha de captura. "Além disso, continuamos com as outras atividades previstas no projeto, como as caminhadas nas diversas trilhas do parque para a busca de vestígios de leões-baios e suas presas e as também as palestras de conscientização nas escolas", conta Cíntia.
Entre os objetivos do projeto estão estimar a população, elaborar mapas de distribuição e movimentação do animal, analisar a dieta da espécie na região e sensibilizar a população sobre a importância das onças-pardas no equilíbrio ecológico.
Do G1

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