segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Biólogos tentam descobrir espécie de tubarão que atacou baleia no RN


Falsa-orca foi atacada por tubarões após ser devolvida ao mar no RN (Foto: Carlos Júnior)

Falsa-orca foi atacada por tubarões após ser
devolvida ao mar no RN (Foto: Carlos Júnior)
Biólogos do Rio Grande do Norte ainda tentam identificar a espécie de tubarão que atacou uma das baleias que encalhou no litoral potiguar. Na manhã deste domingo, 30 animais da espécie falsa-orca encalharam na praia de Upanema, em Areia Branca. Seis delas morreram no local. Outra, que foi devolvida ao mar, acabou morta logo em seguida ao ser atacada em alto-mar. À tarde, o corpo dela voltou à praia com várias marcas de mordidas de tubarão.
“Não  foi encontrado nenhum dente para ajudar na identificação da espécie ou espécies que atacaram o animal”, disse o biólogo Flávio José Lima Silva, coordenador do projeto Cetáceos da Costa Branca, mantido pela Petrobras e pela Universidade Estadual do Rio Grande do Norte (UERN).
Ainda de acordo com o biólogo, o ataque não deve preocupar banhistas que frequentam as praias da região. "Muito provavelmente o ataque aconteceu em águas profundas. É lá onde os cetáceos vivem. Os tubarões também ficam nessa área. Não há alimento para eles nas águas rasas”, explicou Flávio José. As marcas foram registradas pelos pesquisadores, que enviarão fotos para um especialista em tubarões. “Vamos tentar identificar a espécie através dessas mordidas”, 
Das 30 baleias que encalharam, sete morreram.
Uma equipe continua monitorando a região, mas até o momento, não houve qualquer outra ocorrência de encalhe ou novos ataques. “Estamos aqui desde as 4h. Apesar desse monitoramento ser diário, agora estamos trabalhando com uma equipe maior”, ressaltou o biólogo.
Líder doente

O biólogo Flávio José, que investiga as causas do encalhe coletivo, acredita que o líder do grupo estaria doente, desorientado e, assim, teria provocado a ida dos demais até a água rasa. “Há duas hipóteses para o que aconteceu aqui em Upanema neste domingo. A primeira, mais forte, é que o líder do grupo estaria doente. Assim, ficou desorientado e levou o grupo até a praia de Upanema, que tem um banco d'água raso. A segunda é que o grupo estivesse atrás de um cardume e encalhou ao chegar à praia", falou Flávio José.
Encalhe sem precedentes
O biólogo Flávio Silva disse que não há registros de um encalhe coletivo nessas proporções no Brasil. "Há muitos encalhes de baleias no litoral brasileiro, mas não me recordo de algo nessa quantidade . Em 1991, 19 baleias encalharam em São Miguel do Gostoso, também no litoral potiguar. Mas um encalhe coletivo com 30 animais é a primeira vez que ouço falar no nosso país".
Baleias encalharam na praia de Upanema neste domingo (22) (Foto: Divulgação/PM)
Baleias encalharam na praia de Upanema, litoral de Areia Branca (Foto: Divulgação/PM)
Do G1 RN

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