domingo, 16 de junho de 2013

Mulher cuida de filha com deficiência enquanto recolhe lixo em Piracicaba

Do G1 Piracicaba e Região
Recicladora é exemplo de vida e chama atenção de moradores do IAA em Piracicaba (Foto: Fernanda Zanetti/G1)
Recicladora cuida sozinha da filha, que nasceu com a síndrome de Edwards (Foto: Fernanda Zanetti/G1)
Maria Regina Pereira, de 47 anos, recolhe materiais recicláveis no bairro IAA, na região de Santa Terezinha, em Piracicaba (SP), sempre acompanhada da filha Rosa Izabel Pereira Pinto, que tem 19 anos e uma deficiência que a mantém dependente dos cuidados da mãe praticamente 24 horas por dia.
Sem ter carro ou condições de deixar a jovem com alguém, Maria arrasta os recicláveis com uma das mãos enquanto, com a outra, empurra a cadeira de rodas de Rosa pelas ruas. "Foi a forma que encontrei de trabalhar e ficar com a minha filha", diz a recicladora, que completa: "Não é fácil, mas faço com orgulho. Sei que, apesar das dificuldades, faço bem para o planeta e ainda ganho um dinheirinho". A reciclagem aumenta a renda familiar, que é de um salário mínimo.
Rosinha espera na cadeira enquanto a mãe coleta os materiais (Foto: Fernanda Zanetti/G1)Rosinha acompanha a mãe na coleta de materiais
recicláveis pelo bairro (Foto: Fernanda Zanetti/G1)
Rosinha, como é chamada pela mãe, nasceu com a síndrome de Edwards, doença que causa paralisia cerebral, má formação nos pés e uma deformação na região entre o céu da boca e a parte interna do nariz.
“Quando minha filha nasceu, em 1993, saí do trabalho para me dedicar totalmente a ela. Meu marido nos deixou quando Rosinha tinha sete anos e, a partir daí, comecei a lutar para cuidar dela e do meu filho mais velho, que atualmente é casado e também não mora mais com a gente”, afirma.
A recicladora diz que a história com Rosinha já mobilizou alguns moradores do IAA. “Eles gostam da gente, sempre nos cumprimentam. A cadeira de rodas, inclusive, foi o pessoal da vizinhança que fez uma vaquinha para nos dar de presente.” 
Água e algum alimento para a filha nunca podem faltar e todo trabalho tem de ser feito de manhã porque, à tarde, é a vez da mãe acompanhar a jovem na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae). “Eu fico o tempo todo na escola com ela”, diz Maria.

Rotina
G1 acompanhou um dia de trabalho de Maria e Rosinha pelo bairro. Logo após dar banho na jovem e preparar o café da manhã, elas saem para recolher os recicláveis.
A recicladora se emociona ao dizer que Rosinha chegou a ser desenganada. “O médico disse que minha filha iria viver só até os sete anos. Graças a Deus hoje ela está com 19 e muito bem de saúde. Por isso, se essa história ajudar aqueles que estão tristes ou acham que têm problemas nesta vida, eu não preciso de mais nada. Já fico muito feliz."
Sempre sorrindo Regina espera que história de vida ajude outras pessoas (Foto: Fernanda Zanetti/G1)
Sempre sorrindo, Maria Regina diz esperar que sua história sirva de exemplo (Foto: Fernanda Zanetti/G1)

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