sábado, 5 de janeiro de 2013

Elefantes fazem 'caminhada recorde' no deserto para sobreviver, diz estudo

Elefantes africanos percorrem região desértica do Mali em temperaturas que chegam a 50 ºC (Foto: Divulgação/Chyulu Smith/Universidade de Oxford)
Elefantes africanos chegam a percorrer 32 mil km² em região desértica do Mali, sob temperaturas que chegam a 50 ºC (Foto: Divulgação/Chyulu Smith/Universidade de Oxford)

Uma população de cerca de 350 elefantes do noroeste desértico do Mali, na África, chega a caminhar numa área de 32 mil km² em busca de água e comida, extensão maior do que o estado do Alagoas e equivalente a uma vez e meia o Sergipe. Trata-se da maior "caminhada" migratória de paquidermes já registrada, segundo uma pesquisa da Universidade de Oxford, na Grã-Bretanha, realizada em conjunto com a Universidade Estadual do Colorado, nos EUA.
O estudo, que levou dois anos para ser concluído, foi publicado nesta semana no periódico "Biological Conservation". Os elefantes de Gourma (Loxodonta africana), dizem os cientistas, "se movem em um padrão coordenado do norte para o sul [da região] que é realmente único para a espécie".
A migração ocorre anualmente e a área percorrida é 29% maior do que as maiores rotas de elefantes já identificadas, dizem os pesquisadores. Eles usaram coleiras com GPS para monitorar nove animais, quatro fêmeas e cinco machos.
Uma das surpresas do estudo é que as fêmeas se afastavam consideravelmente dos machos, provavelmente porque tendem a ser mais agressivas contra os humanos ou porque estavam procurando diferentes tipos de vegetação.
Elefantes do Mali percorrem grandes distâncias; três deles foram mortos por caçadores neste ano (Foto: Divugação/Carlton Ward Jr./Wild Foundation)Elefantes do Mali; três deles foram
mortos neste ano por caçadores
(Foto: Divugação/Wild Foundation)
Para um dos autores do estudo, Jake Wall, da Universidade de Oxford, é surpreendente que os elefantes sobrevivam a uma "caminhada" como esta.
"Eles têm uma vida realmente sob pressão com a falta de comida e água, e a distância enorme reflete isso", disse o pesquisador.
Apesar da distância percorrida, a maior ameaça contra os elefantes continuam sendo os seres humanos, dizem os pesquisadores - três paquidermes da região foram mortos por caçadores neste ano.
Do Globo Natureza, em São Paulo

Nenhum comentário:

Postar um comentário